Friday, August 17, 2007

Aula do dia 13/08

Estimados alunos:

Começamos a aula sobre concepções de língua com uma breve enquete, pensada por mim para que vocês pudessem verificar quais são as suas concepções de língua, após cinco semestres no curso de Letras. Transcrevo-a tal qual passei na sala de aula:

O presidente Lula, ao comentar a redução da maioridade penal no Brasil, empregou a palavra “punidade” com o sentido de “qualidade ou caráter de punível”. Eis a frase:

“O estatuto pode ser revisto. Eu acho que um jovem que cometeu um delito merece um tipo de punidade [sic], agora um jovem que matou merece que haja uma punição maior.”

A palavra “punidade” pertence à Língua Portuguesa?
a) Sim, apenas a criação momentânea do presidente é que não é de uso social.
b) Não, porque não consta em nenhum dicionário.
c) Sim, porque sua formação é normal na Língua Portuguesa.
d) Não, porque quebra uma regra da língua portuguesa, que exigiria a forma “punibilidade”.
e) Sim, porque atendeu ao contexto e tem significado.

Qual foi a sua resposta? Bem, a fim de definirmos qual alternativa se referia a qual das concepções de língua, optei por refazer com a sala o "percurso histórico" dos estudos lingüísticos, para mostrar "de onde" surgiu cada uma. Para isso usamos um diagrama, que você pode baixar clicando aqui.

O ponto de partida desse trajeto nós localizamos nas explicações mitológicas do homem para o fenômeno da linguagem. Esse tipo de conhecimento, como se sabe, não passa pelos rigores do conhecimento científico, constituindo, antes de tudo, uma forma de conhecimento revelado. Não se pretende entrar aqui no mérito ou demérito desse conhecimento, mas, para fins de observação, podemos citar histórias da mitologia judaico-cristã, que mostram como a cultura desses povos concebia algumas características da linguagem, que vieram a ser estudadas pelo homem posteriormente. Dentre essas histórias, três são particularmente férteis.

1. Adão, no livro bíblico "Gênesis", usa de um poder conferido a ele por Deus para nomear os animais e plantas no Éden. Para os que acreditavam (ou acreditam) nesse mito, essa é a razão pela qual tais seres têm os nomes que têm. Como que "por força de um decreto", Adão conferiu magicamente um nome a cada coisa, e assim essas coisas deveriam ser chamadas.


Adam Naming the Animals

A Lingüística moderna retomaria esse atributo da língua mais tarde na forma do princípio da arbitrariedade do signo, segundo o qual o significante não tem nenhuma relação direta com o significado ao qual se une. Assim (para usar o exemplo que consta no Curso de Lingüística Geral) a seqüência de sons /ka.'de.ra/ não tem ligação alguma com o objeto usado como assento. Tanto isso é verdade, que em outras línguas o significante é outro: "Chair", em inglês, por exemplo. É ponto pacífico na ciência lingüística que, se já houve alguma ligação entre a língua e o mundo que ela representa, esta já foi perdida e não é rastreável. Nem mesmo as onomatopéias trazem essa relação de forma perfeita (o latido do cachorro, que para nós é /aw.aw/, para os franceses é /bew.bew/). O mito bíblico é uma tentativa de suprir a falta de uma explicação para essa relação, portanto.

2. Ainda em "Gênesis", temos o episódio da Torre de Babel, em que os humanos decidem construir uma torre para alcançar os céus e tomar o lugar de Deus no governo do mundo. Como punição por tamanho orgulho, Deus teria feito com que os trabalhadores da construção passassem a falar línguas diferentes, de modo que não pudessem concluir a Torre. Esse mito é uma explicação para o que a Lingüística chamou posteriormente de diversidade lingüística, ou seja, multiplicidade de idiomas e suas variações.

A confusão das línguas, por Gustave Doré (1865)

Acredita-se que a torre citada na bíblia seja, na verdade, uma alusão aos templos sumérios conhecidos como Zigurates. Para os sumérios, tais templos (de aproximadamente sete andares, daí serem chamados de torres) eram locais sagrados que funcionavam como "pontes" entre o céu e a terra, para onde eram mandados os sacerdotes-governantes, com a finalidade de descobrir os auspícios dos deuses. A região (onde também foi inventada a escrita) era um pólo político-comercial da época, que atraía viajantes de várias partes do continente, resultando então no contato inesperado entre diversas línguas. Provavelmente, foi a partir da dificuldade de comunicação entre os trabalhadores da construção dos templos que os judeus julgaram que esse fato se tratava de um castigo divino, dado sua religião monoteísta repudir a tentativa de "alcançar deus (es)".

3. Por último, um episódio do livro "Pentecostes" afirma que os apóstolos recebem uma mensagem divina, vinda na forma de "línguas de fogo sobre suas cabeças", e a re-emitem, cada um em uma língua diferente, sendo que os ouvintes compreendem a todas, cada um em sua própria língua. Tem-se nesse mito a idéia da tradução, em que a equivalência e conversão das línguas é explorada, ainda que de uma forma sobrenatural. Várias religiões contemporâneas alegam, inclusive, que alguns de seus membros entram em um estado de transe, em que falam línguas desconhecidas.

Pentecostés, por Jean II Restoutes (1732)

No geral, toda sociedade "primitiva" tem suas explicações para os fenômenos do mundo que a cerca. A primeira a contestar o mito, no entanto, foi a grega, onde "nasceu" a Filosofia. Praticamente todos os filósofos gregos pensavam nas relações entre o pensamento e o chamado mundo real (ora com predominância de um, ora de outro), e nisso a língua foi indiretamente abordada, já que está ligada ao pensamento conceptual (isto é, capaz de formular conceitos).

Fora essa preocupação filosófica, os gregos também tinham uma atenção muito especial à língua enquanto ferramenta de poder. Nas cidades-estado onde o governo era democrático (Atenas, por exemplo), os homens gerenciavam o poder com base em discussões e debates. Falar bem era essencial para o político grego, portanto. Daí temos a contribuição dos retores (de retórica) que eram os "técnicos do discurso", elaboradores e professores das artes de argumentar, por assim dizer. Nota-se aí uma preocupação lingüística de finalidades técnicas, visando formas mais eficazes de usar a língua.

Ainda dos gregos temos a contribuição da gramática, que também nasceu de necessidades práticas: A cultura da época era estudada pelos cidadãos gregos com base em textos clássicos, como as epopéias de Homero. Conforme a variação lingüística foi transformando a língua grega, no entanto, tornava-se cada vez mais difícil compreender tais textos. A gramática, chamada de techné grammatiké (técnica da arte de ler e escrever), surge então como um estudo da língua grega, com vistas a preservar a compreensão da língua. A primeira gramática grega de que se tem notícia foi escrita por Dionísio de Trácia (II-I a. C.).

O ritmo dos estudos lingüísticos, de certa forma, decresceu após deixar as fronteiras da Grécia. Os romanos, que dominaram o povo grego, se apropriaram da produção cultural dos dominados, mas não efetuaram grandes inovações nesta. Com a queda do Império Romano, os conhecimentos lingüísticos (toda a produção cultural da antiguidade, na verdade) passaram a ser mantidos apenas sob o poder da Igreja e dos nobres na Europa, no período que ficou conhecido inclusive como Idade das Trevas, dada a extrema ortodoxia e os grandes poderes da Igreja. Até que a Renascença, digamos, substituiu o teocentrismo reinante pelo antropocentrismo, resgatando e valorizando a cultura greco-latina. Os estudiosos do período, nisso, resgataram também as gramáticas, aplicando as técnicas descritivas destas às línguas vernaculares, após um milênio de transformação destas em relação ao latim "corrompido" que as deu origem. Tais técnicas foram ainda aplicadas conforme as Grandes Navegações deram início ao saque às Américas, fazendo com que as línguas indígenas precisassem de ser compreendidas. Conhecer a língua dos povos dominados era essencial para os europeus, afinal.

Os modelos greco-latinos de conhecimento começaram a ser substituídos apenas no século XVIII, conforme o Iluminismo levantou a questão do conhecimento científico. Novos métodos de análise, mais técnicos, racionais e, segundo eles, confiáveis, submetiam a realidade a "critérios" de análise. É de se notar, aqui, que essa postura condizia perfeitamente com as ciências naturais, mas as ciências humanas enfrentavam certo embaraço, por seu objeto de estudo não ser tão facilmente definível (e posteriormente percebeu-se que nem o objeto das exatas o era). A História, então, abriu caminho para as demais ciências humanas ao criar um método baseado em quesitos como documentação, provas escritas, que eram interpretadas buscando-se a mais acurada compreensão desses fatos das ciências humanas.

A ciência desse período estava muito ocupada em procurar "as origens das coisas": Origem da vida, origem do planeta, origem das civilizações, etc. porque interessava a ela saber aquilo que o conhecimento mitológico de outrora havia "se negado" a "descobrir". Com os estudos lingüísticos não foi diferente. A primeira geração dos estudos lingüísticos pós-iluminismo teve essa preocupação. Cogitava-se que o hebraico era a língua-mãe de todas as outras, até que foram descobertos registros em sânscrito, uma língua hindu que se supunha ainda mais antiga que esta. Estudos comparativistas então procuravam similaridades entre estas línguas e as línguas modernas de então, para intuir as correntes da variação lingüística e determinar quais seriam as formas de uma hipotética proto-língua, chamada de indo-europeu.

Uma segunda fase, porém, rejeitou essa prática por julgá-la como constituída sem bases sólidas. Ainda ligada a certo historicismo, ela apenas mudou seu objeto de análise. Em vez de procurar uma "língua-mãe imaginária" da qual não se teria maneira de obter comprovação, eles se detiveram nas línguas antigas já documentadas, como o grego, o latim e o recém-redescoberto sânscrito, para mostrar, em línguas plenamente analisáveis, a progressão histórica das línguas.

É interessante refletirmos bem esses fatos, para não cometermos a ingenuidade de pensar que os estudos sobre a língua começaram apenas com a Lingüística Estrutural, creditada equivocadamente em 100% a Ferdinand de Saussure (quando o Curso de Lingüística Geral trata-se de uma compilação feita por dois de seus alunos, com base em anotações deles, de outros alunos do mestre e de raros arquivos do próprio Saussure, vale lembrar). É evidente que a contribuição de Saussure é inestimável para os estudos lingüísticos, e diz-se inclusive que todo Lingüista contemporâneo deve algo a ele, mas as coisas devem ser tratadas de forma crítica. Até esse ponto, inclusive, deve estar óbvio que os estudos lingüísticos antes de Saussure já tinham cientificidade.

Isso não tira de Saussure, no entanto, seu papel de "divisor de águas" na Lingüística (das ciências humanas como um todo, na verdade). Não é em vão que ele é tido então como um dos maiores, se não o maior, lingüista de todos os tempos. Saussure deu à Lingüística o status de uma ciência autônoma, com um objeto de estudo definido. Os estudos lingüísticos já não eram mais um apêndice de ciências ou áreas do saber como a filosofia, a psicologia e a história. Isso foi obtido graças ao Estruturalismo, método científico criado por ele e rapidamente incorporado por outras ciências humanas, tais como a antropologia. Essa incorporação, inclusive, ocorre de maneira análoga a antes, quando o modelo da História era empregado pelas demais ciências humanas.

Do Estruturalismo, interessa relembrarmos o conceito de sistema. A língua é um sistema. Para Saussure, isso significa que ela é um grande todo composto por unidades que mantém entre si relações de oposição e articulação. As unidades lingüísticas são definidas com base em suas diferenças em relação às demais (assim, "gato" é "gato" porque não é "pato", não é "rato", não é "mato", não havendo, portanto, relação intrínseca alguma entre "gato" e o animal, conforme a arbitrariedade do signo mencionada anteriormente), e, articuladas, produzem unidades maiores (os fonemas se articulam para formar morfemas, que se articularm para formar lexemas, que se articulam para formar sintagmas oracionais).

Com base nisso, Saussure estabelece o lugar da Lingüística: Dentro do grande fenômeno chamado Linguagem (qualquer sistema de comunicação, incluindo símbolos, por exemplo), ele recorta a Língua (sistema de comunicação verbal). E aqui já temos a primeira das famosas dicotomias Saussureanas: Langue x Parole. A Langue (Língua) enquanto sistema abstrato e universal, virtualmente portador de todas as possibilidades à disposição do falante ("a" Língua Portuguesa, por exemplo), opõe-se à Parole (Fala), que é a "língua realizada", não mais na condição da possibilidade, uma "língua concretizada" (como uma fala, um texto escrito, um verso de um poema).

Provavelmente pretendendo aumentar o grau de cientificidade da Lingüística, Saussure pontuou que a Lingüística deveria se ocupar da Langue, em detrimento da Parole, dada a universalidade da primeira e imprevisibilidade e restrições da segunda. O objeto "sistema" exigiu isso, de certa forma. Tal exclusão da Parole foi o que desencadeou a maioria das teorias lingüísticas contemporâneas, que saíram para recuperar aquilo que Saussure teve de "abandonar".

Esse resgate começou com o surgimento da chamada Lingüística Funcionalista, em oposição à Formalista. A primeira partiu para uma análise sistemática das funções da língua, privilegiando a língua em uso, a Parole, e não mais a Langue abstrata do Estruturalismo, que continuou como ocupação do Formalismo, visto como um aprofundamento do Estruturalismo, dando atenção maior às unidades da língua e suas articulações.

As Teorias Lingüísticas contemporâneas, basicamente, podem ser situadas como herdeiras dessa cisão. De dentro da Língüística Formalista surgem o Descritivismo, prestando-se à análise "pura e simples" das línguas, e Chomsky, com o Gerativismo, o qual busca a própria natureza intrínseca do fenômeno da linguagem. A Lingüística Gerativa tem como pressuposto principal a idéia de que o homem é um ser biologicamente dotado para a Língua, de modo que todo ser humano possui uma espécie de Gramática Universal (GU), que recebe roupagens diferentes conforme a língua natural internalizada pelo falante (Português, Inglês, Espanhol, etc.). O chamado Language Acquisition Device (Dispositivo de Aquisição da Linguagem) é o responsável por esse aprendizado, e é devido a ele que, na Teoria de Chomsky, podemos aprender uma língua estrangeira também. A Lingüística Gerativa dá bastante ênfase à sintaxe (enquanto o Estruturalismo tinha como unidade principal o próprio conceito de signo), pois é na organização dos elementos lingüísticos que se mostra o poder criativo do falante, como se combinasse um conjunto finito de regras para gerar quantidades infinitas de enunciados.

Derivadas do Funcionalismo temos a Lingüística Textual, a Sociolingüística, a Semiótica (embora esta tenha uma origem mais antiga), a Análise do Discurso, dentre várias outras teorias que se ocupam dos diversos fatores envolvidos no uso da Língua, geralmente divididas entre Teorias Enunciativas e Teorias Discursivas. As primeiras se ocupam das relações possíveis do sujeito com o texto, e as segundas, da inserção social dos enunciados, entrando nas questões ideológicas, por exemplo.

A Lingüística Textual, por exemplo, estuda a unidade mínima da comunicação: o texto, visto como um todo de sentido (a semântica era o ponto do qual o Estruturalismo não conseguia ultrapassar, já que o sentido não está na estrutura, mas sim no contexto). A Sociolingüística examina os usos da língua conforme os grupos sociais. A Semiótica estuda a produção do sentido em geral, recuperando até mesmo informações não-verbais (como o formato do texto, também produtor de sentido), e a Análise do Discurso se ocupa do que Pêcheux chama de entremeio: um ponto de intersecção entre a Lingüística, a Psicanálise e a História, lugar das determinações ideológicas na linguagem.

Faz-se urgentemente necessário afirmar que esse panorama simplificado não pretendeu ser outra coisa além disso: uma redução didática da progressão dos estudos lingüísticos, com vistas a dar alguma noção de todo ao que vem sendo estudado por vocês desde o princípio do curso, e que nos interessa nessa disciplina para falarmos das concepções de Língua.

Estas são quatro: A Tradicionalista, a Estruturalista, a Cognitivista e a Sócio-Interacionista. Pelos nomes já é possível identificá-las nesse trajeto, mas as obviedades, pelo sim pelo não, sempre valem a pena serem ditas.

Fixada nas concepções greco-latinas clássicas e na abordagem historicista, temos a concepção Tradicionalista, que vê a língua como expressão inerrante do pensamento. O estudo da língua, para essa concepção, é uma disciplina mentalista, e a escrita perfeita representa a linearidade da "boa língua". A fala (aqui entendida como articulação oral de fato, e não como a Parole de Saussure) quase não tem vez, e a gramática tem um papel normativo central. Seria possível dizer que, nesta concepção, "as regras existem para serem seguidas". A essa concepção correspondem as alternativas "b" e "d" da enquete, que dão importância ao dicionário (como documentação lingüística) e à norma.

A concepção Estruturalista é a que bebe na fonte das contribuições de Saussure. A língua enquanto sistema abstrato é altamente valorizada, e abandona-se a normatividade da gramática tradicional em prol de uma postura científica perante a língua, que já reconhece a Parole, mas não dá a esta a atenção principal. Nessa concepção, o sistema lingüístico é uma entidade autônoma, viva, que sobre-existe aos falantes e é constituída por regras, mas não no sentido de "normas". As regras, para a concepção Estruturalista de língua, estão mais próximas de um conjunto de "padrões de funcionamento". Os falantes usam a língua para se comunicar, então a língua é um instrumento idealizado, neutro e transparente. Corresponde a essa concepção a alternativa "c" da enquete, que destaca o conceito de possibilidades dentro de um sistema.

A concepção Cognitivista, apesar de não ter gerado diretamente nenhuma metodologia de ensino de línguas, é tida como uma das mais importantes, devido a sua conexão com a própria natureza da linguagem, reveladora de dados cruciais sobre a linguagem humana. Para essa concepção, a língua também é um sistema, mas trata-se de um sistema natural do homem. A língua é um fenômeno humano, por assim dizer. Para a concepção cognitivista, o homem tem uma relação dinâmica com a língua, sendo que confronta sua GU com a língua à qual é exposto, internalizando-a, por meio de processos cerebrais. Na enquete, a alternativa que corresponde a essa concepção é a "a", que menciona o ato de criação gerativa do presidente.

A concepção Sócio-Interacionista é a que engloba as teorias derivadas do Funcionalismo. Ela considera, portanto, aspectos do uso da língua, tais como o contexto, a situação, os grupos sociais envolvidos, os gêneros discursivos e as próprias condições de produção dos enunciados, inseridos numa sociedade dinâmica. A essa concepção corresponde a alternativa "e", que menciona o contexto e o ato comunicativo do presidente, plenamente compreendidos pelos seus ouvintes. Foi a alternativa mais votada em sala de aula, o que de certa forma reflete a ênfase de nosso curso nas abordagens Funcionalistas.

Numa parte final da aula, desenvolvi com vocês uma atividade de reconhecimento de cada uma das concepções, por meio de frases que retirei da apostila sobre cada uma. Este conteúdo, diferentemente dos que foram abordados até agora (e do que está para ser abordado na próxima aula), já consta nos textos que vamos usar posteriormente. Sugiro que leiam cada uma das concepções fazendo o possível para mobilizar mentalmente os conteúdos já trabalhados até o momento, e tendo um especial cuidado para não cometerem um equívoco muito comum à leitura de textos acadêmicos: a não-distinção entre "palavras" e "termos técnicos". A respeito disso usarei até mesmo um exemplo que ocorreu neste resumo. O termo "fala" pode tanto significar aquilo que seu uso comum sugere (articulação oral dos sons da língua) quanto pode significar a Parole de Saussure (um conceito bem diferente da simples articulação oral). Não gosto da tradução "Fala" para esse termo justamente por causa dessa confusão, então sugiro que prestem bastante atenção, para não confundirem outros termos (essenciais a uma compreensão dos textos) com simples "palavras".

Na próxima aula veremos 1 - as concepções e tendências de ensino, um conteúdo complementar ao da aula sobre concepções de aprendizagem, e 2 - no segundo horário, as abordagens pré-metodológicas no ensino de Língua Estrangeira. Como muitos alunos estarão retornando à faculdade apenas nesse dia, pode ser que eu precise explicar algumas coisas que aconteceram enquanto eles estiveram fora, mas pretendo não me demorar nisso. Igualmente, vou enfatizar que a leitura deste site e a participação nos trabalhos opcionais (pode ser que eu já leve o primeiro) serão elementos sistematizantes da aprendizagem e conseqüente aferição de nota, e que quem quiser facilidades, terá que se contentar com estas, visto que não darei um décimo sequer que não seja merecido. Pode parecer arrogante de minha parte lembrá-los disso, mas há muitos alunos que têm perdido seu tempo fora da sala de aula, e eu não vou me responsabilizar por qualquer dificuldade posterior que decorra disso, visto que estou me disponibilizando a auxíliá-los desde já, desde que queiram.

Abraços calorosos. Até segunda-feira.

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